domingo, 2 de novembro de 2008

Nova entrevista "Jornal O tempo"






Ganhar na turbulência exige muito estudo, frieza e riscos
Depois de perder R$ 2 milhões, clientes de um gestor já voltaram a aplicar. (Helenice Laguardia)

Ganhar dinheiro na crise pode ser como ingressar numa viagem de "trem fantasma": a gente nunca sabe qual susto vai levar. Tudo é possível, até mesmo sair da escuridão com dividendos. "É permitido ganhar dinheiro sempre, mesmo na crise", apregoa o consultor financeiro Lucas Faria, ao lembrar das turbulências que marcaram governos anteriores.
Na crise moderna, os investidores da renda variável são os mais atingidos.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o mês de outubro com desvalorização de 24,79%. O pregão que já passou dos 70 mil pontos fechou sexta-feira em 49.541. Um pregão para lá de volátil, que requer sangue frio e profundo conhecimento das minúcias do mercado para quem quer se sair bem.
"Não dá para ganhar sempre, mas a gente procura errar o mínimo", arrisca Lucas Faria, que tem uma carteira de cem clientes e administra R$ 55 milhões em ativos. "Tivemos uma perda em Bolsa muito grande, de mais de R$ 2 milhões", contabiliza.Se a dinâmica da economia diz que quando a Bolsa cai, o câmbio sobe, Faria disparou recursos na compra de dólar e euro. "Com os ganhos em câmbio ultrapassamos em 15% os recursos aplicados logo no início do rompimento da bolha, quando a Bolsa estava na casa dos 60 mil." Aliás, sobre a renda variável da Bolsa de Valores, um ensinamento: "Bolsa é um elevador rápido de prédio moderno e muito alto. Ela sobe e desce numa velocidade incrível. Um índice que reajusta mais de 13% num dia é muita coisa."Mesmo assim, os clientes de Lucas Faria já voltaram às compras esta semana. "Foram R$ 4,5 milhões aplicados", conta.

O gerente comercial Fernando César de Carvalho Batista, 34, não migrou da Bolsa para o câmbio. Sabido, com cinco anos de praia no mercado de capitais, armou-se com um escudo certeiro para evitar perdas na carteira concentrada em ações da Petrobras e Vale."Tem um mecanismo que é operar na ponta da venda; são operações de hedge. Quando você está comprado em ações e vendido no índice, é uma operação de hedge usando um minicontrato de índice futuro da Bovespa.
Fiquei vendido a partir de junho", explicou, sobre sua aposta de que a Bolsa ia cair cada vez mais. E ele vai ficar posicionado assim até o gráfico mensal do índice Ibosvespa sinalizar uma reversão da tendência de baixa. Operando por conta própria, Batista tem uma única certeza: "Não troco a Bolsa de Vales pela renda fixa". Ele discute o assunto no blog que mantém no endereço iniciantesnabolsa.blogspot.com.

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