quinta-feira, 26 de junho de 2008

Vôo da galinha

Colunista InfoMoney: Crescimento sustentável ou "vôo de galinha"?
Por: Cid Olival26/06/08 - 14h00InfoMoney

Com crescimento real do PIB de 5,4%, em 2007, a segunda maior taxa dos últimos 20 anos, abaixo apenas do resultado de 2004, que foi de 5,7%, a economia brasileira parecia trilhar o caminho do crescimento sustentado. Pelo lado da oferta, a expansão agropecuária (5,3%) teve como principais elementos uma maior safra de grãos. Na indústria, cuja expansão foi de 4,9%, destacaram-se os segmentos ligados à produção de bens de capital e bens de consumo duráveis. Já no setor de serviços (4,7%), o resultado mais significativo ficou atrelado à expansão das instituições financeiras (13%), reflexo do grande avanço do crédito.No lado da demanda, o destaque foi para o consumo das famílias (6,5%), decorrente do aumento dos níveis de emprego e renda e expansão do crédito, estimulando a formação bruta de capital fixo (13,4%), a fim de aumentar a capacidade produtiva da economia.
Este aumento dos investimentos refletiu, em parte, no aumento das importações brasileiras, com crescimento da importação de máquinas e equipamentos. Por outro lado, as exportações mostraram sinais de declínio, dado o câmbio em constante valorização, o que deveria acender o sinal de alerta para a equipe econômica do governo.
O ano de 2008, contudo, vive momentos de ponderação. Embora os indicadores do primeiro trimestre indiquem crescimento de alguns segmentos quando comparados com o mesmo período do ano anterior, conforme dados da Tabela 1, as expectativas não são de continuidade.
A permanência da crise norte-americana, com conseqüente diminuição do crescimento da economia mundial, as constantes elevações do preço do petróleo, a crise dos alimentos e o aumento da inflação são alguns dos elementos que nos fazem questionar se estamos mesmo assistindo a um "vôo de águia".
Dentre os elementos citados, gostaria de destacar dois dos possíveis limitadores ao crescimento econômico brasileiro. O primeiro, e talvez mais perigoso, diz respeito ao desequilíbrio da balança comercial, que pode gerar uma crise no Balanço de Pagamentos, provocando um choque de câmbio e agravando as tendências inflacionárias do país. A inflação, aliás, é o segundo elemento em destaque. Embora o governo busque se antecipar às mudanças de patamar inflacionário, com elevação da taxa de juros, acreditamos que teria sido mais prudente, neste primeiro momento, medidas de controle do crédito, uma vez que além do componente interno há elementos externos, como a elevação do preço das commodities e do petróleo, cotados no mercado internacional.
Essas medidas manteriam os índices inflacionários sob relativo controle e não obstaculizariam os investimentos no setor produtivo. Contudo, como a principal meta do governo é o combate à inflação, uma das questões que permeia o debate econômico atual é: quão sustentável será o ciclo recente de crescimento da economia brasileira? Será que finalmente teremos um vôo de águia ou mais um vôo de galinha?

FED confirma taxa de Juros

Fed confirma projeções e mantém juro básico dos EUA em 2,00% ao ano
Por: Nathália A. Terra Pereira25/06/08 - 15h15InfoMoney

SÃO PAULO - O Fomc (Federal Open Market Committee), comitê de mercado aberto do Federal Reserve, optou nesta quarta-feira (25) por manter a taxa básica de juro norte-americana no patamar de 2,00% ao ano, em decisão já apontada pelas projeções majoritárias dos analistas.
Com isso, a autoridade põe fim à flexibilização monetária iniciada em setembro do ano passado, quando a crise do subprime irrompeu sobre os EUA, e que reduziu a Fed Funds Rate em um total de 325 pontos-base.
Crescimento segue penalizado:
Entre o colegiado, prevaleceu a visão de que o cenário macroeconômico norte-americano continua duramente penalizado, principalmente devido à crise no mercado imobiliário e no setor de crédito. Outro fator que traz preocupação ao time de economistas liderado por Ben Bernanke é a deterioração no mercado de trabalho dos EUA.Entretanto, embora as perspectivas em torno do nível de atividade nos EUA sigam fragilizadas, o Fed espera que o ciclo de cortes efetuados no juro básico do país até abril deste ano, combinado a outras medidas que visam o aumento da liquidez no mercado, deva propiciar, ao longo do tempo, uma gradual recuperação do crescimento econômico.
De fato, Bernanke vem alertando em seus discursos para a defasagem da política monetária, com as mudanças aplicadas nas taxas de juro demandando certo tempo para repercutirem de forma efetiva sobre a economia. "Embora os riscos ao crescimento sigam presentes, eles parecem ter diminuído e, em contrapartida, os riscos à inflação e às expectativas inflacionárias cresceram", afirma o comitê.
Inflação gera preocupação:
Como já alertado pelos analistas, o comunicado enviado nesta quarta-feira revelou um Fed mais preocupado com a escalada da inflação nos EUA, guiada pela disparada nos preços de energia, com o petróleo mais caro, e outras commodities. "As incertezas em torno do cenário inflacionário permanecem altas", diz o documento.O temor frente à inflação é tamanho que a decisão pela manutenção da Fed Funds Rate não foi unânime, tendo Richard W. Fisher, presidente do Fed de Dallas, votado por uma elevação no juro básico. Todavia, todos os outros nove membros votantes do comitê preferiram deixar a taxa inalterada.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Noticias- Economia Americana

Atividade econômica dos EUA continua fraca em 2008, diz Livro Bege do Fed

Por: Gabriel Ignatti Casonato 11/06/08 - 15h48 InfoMoney
SÃO PAULO - "O Livro Bege do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, apontou nesta quarta-feira (11) que o nível de atividade da economia do país continuou fraco entre meados de abril e maio, o que mantém a tensão sobre o crescimento norte-americano.
Três distritos da instituição tiveram enfraquecimento na atividade, enquanto os outros nove descreveram a economia como mista ou estável. Segundo o Beige Book, a redução nos gastos dos consumidores se deve, em grande parcela, ao aumento nos preços dos alimentos e de energia.
De acordo com o levantamento, o setor imobiliário seguiu no mesmo ritmo declinante na maioria dos distritos, em meio à deterioração na qualidade do crédito. Os preços dos imóveis também permaneceram em patamar reduzido.
No segmento manufatureiro e de serviços, foi identificada uma atividade estável. Favorecido pelos preços elevados, o segmento da indústria de energia apareceu como destaque positivo do período, ao lado de agricultura.
A respeito dos preços, todas as regiões reportaram aumento dos insumos, de forma mais consistente nos produtos energéticos, alimentos e em diversas matérias-primas. O avanço continuou pressionando as margens de muitas companhias que ainda não conseguiram repassar completamente o impacto aos consumidores.
Por sua vez, as condições do mercado de trabalho apresentaram leve melhora desde o último Livro Bege tendo como conseqüência um tênue crescimento nos salários dos trabalhadores.
O Livro Bege é resultado de uma pesquisa que envolve 12 bancos regionais do Federal Reserve.
Seus dados são usualmente considerados pelo Fomc (Federal Open Market Committee) na definição da taxa básica de juro norte-americana."

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Notícias- Petróleo dispara

Disparada do petróleo e desemprego nos EUA derrubam mercados
Por: Equipe InfoMoney 06/06/08 - 15h45 InfoMoney SÃO PAULO -
Depois da forte retomada da véspera, os mercados voltam a cair forte nesta sexta-feira (6). O que à primeira vista pode parecer realização, encontra em um noticiário turbulento fundamentos mais do que necessários para explicar o movimento declinante. A pressão pela realização fica para segundo plano entre as ocorrências externas. Tudo parece conspirar contra o ritmo dos negócios, com destaque para o preço do petróleo nas bolsas mercantis internacionais e dados alarmantes da taxa de desemprego norte-americana. Depois de passar por um período de ajuste mais expressivo, o barril do petróleo dispara mais de 6% em Nova York e volta a quebrar recordes históricos, trazendo de volta as preocupações quanto ao desdobramento inflacionário deste ciclo de altas. A explicação da disparada evidencia a outra referência preocupante do dia: o mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Além da presença do capital especulativo, entre projeção do barril a US$ 150 pelo Morgan Stanley, a matéria-prima encontra na expressiva desvalorização do dólar a explicação para a busca dos investidores por um instrumento de hedge ao enfraquecimento da moeda. E grande parte da desvalorização do dólar vem atrelada ao preocupante Employment Report divulgado.
A taxa de desemprego nos Estados Unidos apresentou sua maior evolução das últimas duas décadas, com destaque para a falta de postos de trabalho ao grupo dos mais jovens. Uma amostra deste ambiente atribulado aos negócios é o retrato dos índices de Wall Street, que experimentam a pior sessão do mês. 70 mil pontos ameaçados; dólar sobe O cenário externo pressiona a bolsa brasileira e dá fôlego para o movimento de realização, mas também evidencia uma contradição.
A disparada do petróleo que alerta acerca da inflação e penaliza os negócios tanto em Wall Street quanto por aqui é a mesma que limita parte das perdas do Ibovespa. Esta situação se deve pela força dos papéis da Petrobras sobre o índice doméstico. A resposta das ações da estatal reduz consideravelmente a amplitude das perdas na bolsa brasileira, mas não mostra força suficiente para apagá-la. Entre estes eventos, o Ibovespa configura queda próxima de 1,50% no período da tarde, oscilando em torno dos 70.100 pontos. O volume financeiro ultrapassa R$ 3,87 bilhões. No mercado de câmbio, o dólar comercial rebate as perdas frente ao real na véspera com tímida oscilação de 0,06%, que o coloca a R$ 1,6280.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Notícias- Novo aumento da SELIC


Copom eleva taxa Selic em 0,5 p.p. e não surpreende mercado
Por: Tabata Pitol Peres04/06/08 - 19h20InfoMoney

SÃO PAULO - O Comitê de Política Monetária elevou, nesta quarta-feira (04), a taxa Selic em 0,50 ponto percentual. Assim a taxa básica de juros agora está em 12,25% ao ano.A decisão não surpreendeu os analistas, que após a elevação de 0,50 ponto percentual em abril, já esperavam que o conselho realizasse outras elevações.Em entrevista a InfoMoney TV, Carlos Alberto Ercolin, que é diretor executivo de economia, banking e finanças da Anefac, afirma que essa nova alteração pode frear o consumo no Brasil e que o objetivo do governo é conter o avanço da inflação.

Selic x Bolso do ConsumidorDe acordo com o Banco Central, a taxa Selic é obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de ativos, na forma de operações compromissadas.Na prática, essa taxa influencia o bolso do consumidor, porque ela é referência para diversas outras taxas de juros usadas no País, ou seja, os juros do cheque especial, do crediário, dos cartões de crédito, entre outras.Portanto, quando há elevação da Selic, aumenta também o valor que as instituições financeiras cobrarão pelos empréstimos e os juros para uma compra a prazo, por exemplo.