quarta-feira, 10 de junho de 2009

Novo corte na SELIC


Por: Gabriel Ignatti Casonato

10/06/09 - 20h00InfoMoney
SÃO PAULO -


O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) optou, na noite desta quarta-feira (10), por um corte de 100 pontos-base na taxa Selic, deixando-a no patamar de 9,25% ao ano - menor nível desde sua criação.

A decisão foi dividida e sem viés.Em linha com as expectativas de boa parte dos analistas, a postura da autoridade refletiu o consenso quanto às maiores incertezas em relação ao ambiente econômico- financeiro e às perspectivas para a cena inflacionária do País.

A ata do último encontro do comitê, realizado nos dias 28 e 29 de abril, já revelava um colegiado apreensivo com a possibilidade de recuperação da economia global, ao mesmo tempo em que visava assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas.


Baixo patamar da taxa é sustentável?


De um modo geral, a percepção entre os estudiosos era de que o hiato do produto, aberto recentemente pela forte queda da atividade industrial, havia atingido proporções suficientes para amortecer as pressões inflacionárias e abrir espaço para a continuidade dos estímulos monetários.

Agora, com a confirmação da inédita redução da taxa Selic para apenas um dígito, o grande debate entre os especialistas recai sobre o comportamento dos juros para o próximo ano, principalmente em torno da questão se é possível projetar a manutenção estrutural do patamar mais baixo de juros ou se vivemos apenas o reflexo de um ciclo econômico negativo.

Assim, enquanto muitos acreditam que as circunstâncias geradas pela crise possibilitam uma janela para a mudança de hábito, causando alterações definitivas, outros avaliam que a manutenção de condições estruturais, como a política fiscal expansionista, contribuirá para que as pressões inflacionárias voltem assim que a economia se recupere. Neste caso, adeus juro baixo.

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